domingo, 27 de setembro de 2009

O reconhecimento começa "aqui"

O sector solidário precisa de um “reconhecimento” elucidativo e “um aval ao trabalho que fazem, ao que representam e aos valores que promovem”. Este reconhecimento será benéfico para clarificar que acções sociais pertencem ao Estado ou às IPSS. O apelo é feito pelo Pe. Lino Maia, Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade – CNIS que reconhece que algumas acções solidárias são confundidas como provenientes do Estado. “Algumas pessoas pensam que iniciativas lucrativas são IPSS e não são, e que algumas iniciativas do Estado são IPSS e não são”. O Presidente da CNIS acredita que quanto mais conhecidas e reconhecidas forem as IPSS, maior clarificação poderá haver. “Esta situação não beneficia ninguém, mas também não favorece”, indica. As instituições particulares de solidariedade social e a sua actividade são actualmente de domínio público. “Percebo nos programas eleitorais das forças políticas que todos reconhecem a importância das IPSS e a necessidade de contratualizar com este sector solidário”, avança o Pe. Lino Maia, pedindo, no entanto, um “maior reconhecimento. “Em todas as aldeias e pequenas localidades existe uma instituição de apoio a crianças, a jovens ou a idosos, apostando no desenvolvimento local”, acções que, sublinha o Presidente da CNIS, “devem ser valorizadas”. Precisamente para criar um “espírito de corpo” e “valorizar as acções solidárias”, decorreu no passado Sábado a terceira edição da Festa da Solidariedade. Mais de 3 mil pessoas compareceram na Feira de São Mateus, em Viseu, cidade anfitriã da Festa e da Chama da Solidariedade, que deixou Barcelos e percorreu as localidades até ao palco da Festa de 2009. No percurso da Chama da Solidariedade, a localidade de Tarouca, decidiu proclamar o dia 19 de Setembro como o dia da Solidariedade. A Festa da Solidariedade deu um “sinal de vitalidade” mas foi, simultaneamente, “um forte apelo para que se promovam mais iniciativas de voluntariado e de solidariedade e também para que haja mais apoio para as actuais iniciativas”. O Pe. Lino Maia aponta que, em especial, neste momento na sociedade portuguesa valoriza-se e divulga-se o que é mau. “Estas instituições são uma pedrada no charco e mostram que os valores devem ser proclamados e defendidos”, ajudando a construir “um processo educativo para criar uma comunidade melhor”. Castelo Branco é a cidade que acolhe a 4ª edição da Festa da Solidariedade, em 2010. A itinerância da Festa quer mostrar, no próximo ano, que “a solidariedade não se pratica apenas no litoral e nas periferias das grandes cidades, mas que no interior há manifestações de solidariedade espantosas que devem também ser valorizadas”.

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